23.10.10

O que é o aprender diferente?



Quando fiz a postagem da história anteriormente a esta, A Canoa, de Paulo Freire, fiquei relembrando das interdisciplinas desenvolvidas durante meu percurso de PEAD até aqui, e olha que foram muitas. 
Aprendi, reaprendi e refleti sobre minha prática docente, sempre, com aprendizados teóricos, que vem a ser os saberes que estão nos livros e as trocas de vivências com outros colegas, que vem a ser os saberes de vida com as diversas experiências.
Na história de Paulo Freire, os personagens estão analisando seus saberes e cada um defende o que acredita ser o mais importante para vida, o advogado e a professora acham que tudo que eles aprenderam nos livros é o fundamental, enquanto que o barqueiro acredita na experiência da vida. 
Não há ninguém que sabe mais ou menos que o outro, e sim aqueles que sabem o que aprenderam, que sabem o que sabem, independente da fonte, escola, casa, livros, internet ou até o que a vida ensinou.
A sociedade e a integração social são as maiores fontes de ensinamento da vida, todos os recursos encontrados são válidos e importantes, juntos se completam fazendo com que o ser humano possa evoluir e ampliar sua capacidade de armazenar e trocar conhecimento. 
Mas e como podemos armazenar e trocar o conhecimento sem perdê-lo? 
Nunca parar de buscar, sempre ir atrás de novas descobertas. Hoje temos ao nosso alcance a tecnologia, instrumento inovador que me acompanha no Pead. Aprendi a utilizar a favor do aprendizado, do aprender e do saber, não só do meu, mas com condições de poder expandir as novidades.
Cada um aprende o que aprende, e posso vivenciar isso a cada dia. Nas minhas aulas, levo informações aos meus alunos e eles trazem a mim também, aprendo muito com eles, principalmente nas aulas de informática, que parece que eles estão anos luz a frente, e isso só acrescenta e amplia o conhecimento, este é o maior dos aprendizados, pois nunca mais é tirado de nós. 
Cada um de nós armazena suas histórias, seus saberes e aprenderes, cada uma faz parte de todas as sociedades, todos usufruem das diferenças, cada ser humano é único e ao mesmo tempo está interligado aos demais, cada um deixa sua marca na vida, seja com palavras, com gestos, com escritos ou com sentimentos, nossa mente deve estar aberta para novos conhecimentos e devemos ser livres para levá-las adiante.

21.10.10

Para refletir


A Canoa - (Paulo Freire)

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.
Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
-Companheiro, você entende de leis?
- Não, respondeu o barqueiro.
E o advogado compadecido:
- É pena, você perdeu metade da vida.
A professora muito social entra na conversa:
- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
- Também não, respondeu o barqueiro.
- Que pena! Condói-se a mestra - Você perdeu metade de sua vida!
Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O barqueiro preocupado, pergunta: 
- Vocês sabem nadar?
- NÃO! Responderam eles rapidamente.
- Então é uma pena- Conclui o barqueiro. Vocês perderam toda a vida.
Não há saber maior ou saber menor.
Há saberes diferentes.

17.10.10

Ser professor...a escola e a cultura de uma nova sociedade...


O prof. Paulo Freire diz que:
 ensinar não é transmitir conhecimentos, 
mas criar as possibilidades para a produção do saber.
        FORMAR é muito mais do que simplesmente EDUCAR.          
Na nossa tradição cultural, ainda temos a concepção de que ensinar é puramente transmitir o conhecimento. 
“Estudei, li, aprendi, me formei, então o que sei...transmito, não importando como a informação é processada”.       
Sou, professora, e sempre procuro levar novidades aos alunos, assuntos que nem sempre fazem parte de seus conteúdos, mas sim de suas rotinas, vivência e atualidade.
Há muito tempo que reflito sobre o uso de alguns acessos a internet, por exemplo o Orkut, e vi que estava agindo exatamente ao contrário do que eu costumo ser. O Laboratório da escola deveria ser um lugar de trocas de informações tecnológicas, então porque não incluir  a acessibilidade de algo tão próximo, atual e personalizado por eles? Podemos sim utilizar o Orkut a nosso favor. Certa vez combinei com os alunos que  iríamos nos comunicar naquele dia pelo Orkut, foi uma festa, uma expectativa grande.  Muitos alunos não têm este acesso, então combinamos duplas com colegas que estão nesta rede social. Aproveitei e conversei sobre a utilização correta do Orkut, que a decisão sobre com quem interagir cabe inteiramente a cada usuário. Com isto eles aprendem a manusear algumas ferramentas tecnológicas de maneira correta, pois os recursos que usamos em aula são feitos somente no espaço escolar.
Ao chegarmos à sala, enviei para suas máquinas a página do website, com o meu espaço também aberto, trocamos endereços e enviamos scraps, onde o combinado era que teriam que escrever corretamente, ou seja, sem abreviaturas ou códigos.  E não é que deu certo?
Qual a conclusão desta aula? Os conhecimentos dos alunos têm que ser respeitados, é a realidade caminhando juntamente com o aprendizado. A curiosidade e a troca de informações fizeram com que os alunos tivessem maior interesse pela aula. Combinamos que sempre que possível deixaremos scraps para nossos amigos nesta rede social, e que de vez em quando, utilizaremos este recurso na aula.       
Relatei esta experiência porque em minha opinião ao desenvolver uma consciência crítica da realidade nos alunos e uma capacidade de gerar idéias novas, teremos realmente uma mudança, abre-se uma porta para uma educação humanista e não dominadora, ou seja, uma pedagogia realmente autônoma.
Paulo Freire confia na vontade das pessoas se tornarem melhores, há uma grande preocupação com a caracterização do meio escolar, um meio de convívio social, onde temos vários tipos de pessoas, em que o professor é uma destas e que deve ter consciência disso, portanto julgar as próprias ações, e porque não inovar com criatividade?
As atitudes que um professor toma dentro de sala de aula e fora dela influenciam o que ele passa para seus alunos, englobando desde recomendações sobre a tomada de consciência de que os alunos têm uma cultura e uma curiosidade que precedem a imposição da escola. Ele tem grande responsabilidade ao ensinar, devendo ter uma ética.
Quando tenho que ensinar os conteúdos obrigatórios, procuro não deixar meus alunos unicamente como agentes passivos do processo. Infelizmente muitas vezes não é assim que acontece, pois ainda tenho resquícios de uma educação tradicional, mas tento sempre fazer diferente.
“Não há docência sem discência”, como diz Freire, neste processo há uma troca de aprenderes, nenhum dos lados é superior ou melhor que o outro, o que ocorre é “quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. O ensino não é um processo exclusivo do professor, assim como a aprendizagem não é exclusiva dos alunos.
O professor é também um curioso, um pesquisador, e deve orientar seus alunos a também serem assim. Com esta atitude me sinto uma professora mais próxima do meu aluno, fazendo com que ele se torne um ser que faz a história, e é capaz de intervir e conhecer o seu mundo.
Infelizmente não são atitudes muito fáceis de encontrar. Concordo com Freire quando ele diz que ensinar requer aceitar riscos do desafio do novo, é rejeitar quaisquer formas de discriminação que separa as pessoas em raças, classes, credo....
Este é um processo que interfere na realidade e tem o poder de modificá-la, ensinar exige ter respeito à autonomia do educando como ser. O professor deve respeitar a curiosidade, as diferenças de gosto, a intranqüilidade, as diferentes maneiras de se expressar, a linguagem diferenciada e até a maneira de se portar do aluno. 
O professor deve estar pronto a ouvir, dialogar e fazer de suas aulas momentos de liberdade e respeito mútuo, pois ele tem a sua volta seres em desenvolvimento e ele faz parte desta evolução.

Eixo 4º...2008/1


Chegando ao 4º eixo, tive interdisciplinas que me fizeram refletir sobre minha docência, de onde surgiu a inspiração para eu gostar de ser uma professora atuante, criativa e expansiva em sala de aula?
Inicio com Estudos Sociais, tecendo algumas de minhas memórias....tenho uma experiência enquanto aluna, que tenho certeza que me entusiasmou e muito no ofício de ser uma professora inovadora, creio que posso me classificar assim, pelas aulas diferentes que elaboro e divido com meus alunos. Quando eu era aluna do ensino fundamental, tinha uma professora de Estudos Sociais que fugia dos padrões convencionais de outras na época, enquanto a maioria passava longos textos e pesquisas, nos deixando muitas vezes sem nem saber o que copiava, a minha não, nada de textos longos e cansativos, Copiar??? Claro que sim, mas antes de tudo vinha o melhor da aula, e explicação e a viagem nas longínquas épocas passadas, e ainda contávamos com a presença de reis, rainhas, faraós, bárbaros e tantos que passaram por terras do planeta Terra. Nós sentávamos no chão, à vontade. A professora demonstrava uma paixão pelo conteúdo que passava, tive a sorte de tê-la na 7ª e 8ª séries. O interessante é que se tínhamos interesse em algo que não fizesse parte de nosso conteúdo, ela se estendia no assunto sem nenhum problema, sem aquela necessidade de só esclarecer o que fosse da matéria da série.


Em Ciências, ao assistir um vídeo chamado “Balence”, há um grupo que tenta se equilibrar sobre um bloco suspenso no espaço. Em um determinado ponto do bloco há uma caixa de música que chama a atenção dos 4 elementos, e cada um a sua maneira quer se apropriar do objeto, mas acabam por se desequilibrar no bloco, devido a suas individualidades, provocando assim a queda de alguns.  O que eles não se dão conta é que se eles se unirem, poderão chegar ao meio e usufruir do objeto de desejo juntos. Vejo esta como uma relação com a Educação. A união faz uma construção em conjunto, equilibra, a cooperatividade é mais vantajoso e criativo do que a ignorância individual que acarreta à destruição e desunião.


Já nas Tecnologias da Informação e Comunicação, desenvolvemos a prática de aplicabilidade de vídeos em sala de aula. O fundamental foi aprender a elaborar aulas para trabalhar com vídeos, jogos, sites ou algum documentário e não somente “passar” o tempo seja na sala de vídeo ou nas aulas de Informática, precisamos de um planejamento para então poder auxiliar nossos alunos na construção de seu saber.



Nas atividades de Seminário IV, fizemos um plano de estudos, nossa que coisinha mais complicada...quando se está na posição de professor parece tão fácil saber o que se tem que fazer, mas quando passamos a ser os protagonistas do conteúdo, parece que a coisa fica tão distante. Pois é, isso que tínhamos que fazer, elaborar questões sobre alguns assuntos, tipo, o que quero aprender e ainda não sei? Elaborei sobre o aprendizado do funcionamento do Linux. Se aprendi na época? Não, na verdade levou mais uns 2 anos, não foi fácil, mas consegui...ô pinguinzinho mais complicadinho....

Matemática...Hããã....o bicho papão dos alunos, engraçado que foi uma das melhores interdisciplinas que desenvolvi, creio que foi porque tive que aplicar todas as atividades com os alunos, que por sinal foram os mais beneficiados claro, com práticas diferenciadas, seja on line ou em sala de aula, mas sempre com foco inovador.   


Nossa, quantas mudanças em tão pouco tempo.
Paulo Freire já afirmava:

"Ninguém educa ninguém, 
ninguém educa a si mesmo, 
os homens se educam entre si, 
mediatizados pelo mundo". 


6.10.10

Ensino....Mudanças....Valores....

Desde que nascemos, estamos em um constante aprender.Todos têm uma bagagem diferenciada de aprendizados. A casa é nossa primeira escola, nossas relações pessoais, o mundo em nossa volta, tudo se torna espaço para uma aprendizagem. Quando chegamos à escola, tudo vem junto, e neste espaço fazemos um intercâmbio com o que nos é mostrado e o que já temos. Uma das coisas que me deixa orgulhosa e realizada como professora, é quando vejo a mudança de comportamento de alguns alunos,quando ficam mais receptivos, principalmente aqueles que nem sempre são vistos com bons olhos. Trazê-los para perto, dar a atenção diferente, nem sempre é o aluno ou o professor o errado, a maneira de relacionamento entre eles é que faz a diferença. Gosto muito de brincar, rir, cantar e trocar experiências com meus alunos. Valores se trabalham sempre e sempre devem ser lembrados,o caminho tem suas pedrinhas, mas estes obstáculos fazem parte. Uma vez li um e-mail que dizia: - Sou professora, e faço a diferença. 
"ENSINAR EXIGE A CONVICÇÃO DE QUE A MUDANÇA É POSSÍVEL"Paulo Freire.

Yessss...2º semestre finalizou !!!!!!!!!

A escola, tal como está organizada hoje, vem buscando caminhos para dar conta de sua tarefa de ensinar. Ao finalizar o 2º semestre de PEAD, 2007/2, percebi que há uma preocupação em mudar os valores da aprendizagem, a escola precisa ser atualizada na qualificação e valorização dos profissionais e nas melhorias do espaço escolar. A educação hoje ainda está muito ligada à educação passada, onde os valores e propostas eram bem diferentes. As mudanças no processo educacional devem ser urgentes, pois as coisas estão sempre em movimento, as crianças já chegam com uma avançada bagagem de conhecimentos diversos. A escola não deve ser apenas uma informadora e transmissora de conteúdos, assim fica puramente mecanicista. O processo de informar está muito além do que é feito.
SABER:é o teórico....SABER FAZER:a prática. Ou seja, “ensinar também é aprender”. Frente a estas mudanças, é preciso estabelecer o papel da escola para tais transformações e quais os meios de promover a aprendizagem diante delas. O professor ainda é o principal sujeito desta mudança. Apesar de saber sua importância neste processo, precisa se desligar e romper com o tradicionalismo, onde é o único detentor do saber, criando assim o monopólio da educação. A troca de experiência e informação é fundamental para uma aprendizagem de fato. Por não possuir conhecimento suficiente para desenvolver e trabalhar alguns determinados temas, o processo fica difícil, cabe a ele uma auto-avaliação quanto aos métodos utilizados. A valorização e qualificação dos professores são consideradas fundamentais para a melhoria da qualidade da educação. No meu caso,estou em um curso com educação à distância. Este fato vem ampliando não só minhas possibilidades de formação docente, mas efetivamente o número de oportunidades de capacitação a tantos outros professores. A educação a distância pode ser uma alternativa para formação em um país como o Brasil, onde profissionais da educação não tem as mesmas oportunidades.
É preciso buscar formas de verdadeiramente qualificar estes profissionais que não tendo outra alternativa, tenham a possibilidade de capacitação e aperfeiçoamento. Desejo que a escola seja o alvo de informações e desafios para nossas crianças e principalmente para nós, Professores.