24.5.09

Educação após Auschwitz

Educação X Civilização X Barbárie
O ensaio denominado "Educação após Auschwitz", de autoria de Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno, aborda de maneira clara, objetiva e reflexiva as ideias de educação da época da 2ª Guerra Mundial e o que teria desencadeado na consciência das pessoas que cometeram as atrocidades contra sua própria espécie.
Adorno nasceu na Alemanha, Frankfurt, em 1903, e morreu em 1969.
Foi filósofo, sociólogo e musicólogo, devido a perseguição aos judeus pelo governo nazista, se exilou por anos.
Sua preocupação com relação a educação toma a própria sociedade como objeto de estudo e reflexão.
Auschwitz foi a maior das maiores crueldades cometidas contra o ser humano, e o pior, pelo próprio ser humano. O que deu errado na educação destas pessoas??
Eu nunca tinha parado para pensar a relação educacional com esta sangrenta página da nossa história dita como humana.
Como os pais e adultos devem ser responsáveis por seus atos, copiados depois pelas crianças.
Um resumo com ideias pessoais está completo nesta página:

"Alinhe-os contra uma parede,
Fuzile-os e observe-os morrendo.
Adoro ouvir sua agonia:
Eles vomitam, gritam e choram".
Mieske

“A história da humanidade é a história da barbárie”
J.-F. Mattei

“Há que endurecer, porém jamais perder a ternura”.
Che Guevara

A colocação de Adorno com o rumo da educação que as crianças recebem dos pais, está cada vez mais preocupante nos dias de hoje. Vemos crianças com ideias de adultos, responsabilidades fora da idade e uma necessidade absurda de se igualar com os mais velhos, deixando a verdadeira infância como uma fase obsoleta da vida.
O que percebo é um descontrole dos pais quanto a forma de agir com as crianças, eles não estão conseguindo ter um comportamento moral adequado para que elas possam se refletir e seguir. Vejo este descontrole nos meus alunos e pais.
Um aluno que xinga com palavrões outros, escuta este palavreado em casa. Aquele aluno que bate e não tolera frustrações, com certeza é aquele que ve discórdia e brigas na família. Alguns ainda que se isolam dos demais, muitas vezes são tratados com desprezo entre familiares, este desprezo também pode acarretar violência com os outros, pois a escola se torna um espaço onde não há os limites das pessoas da qual ele deve respeito: que se intitula "medo".
Assisti uma entrevista em uma escola com pais e filhos. Os pais ficavam junto a seus filhos e eram feitas perguntas do tipo: - Por que tu fala palavrão? A minha mãe diz pra eu não falar, mas quando ela tá na direção ela xinga os outros motoristas que andam devagar.
- Porque tu bate nos colegas? Meu pai disse que se eu chegar em casa dizendo que apanhei, ele me dá uma surra e me deixa de castigo, então eu já me defendo antes.
Com estes relatos, os pais se deram conta que todas as atitudes, sejam certas ou erradas, os filhos irão copiar.
Estas atitudes ilustram o ensaio de Adorno, as ações adultas, nada mais são do que reflexos dvivência com os adultos na infãncia.
Em sala de aula também acontecem situações assim, muitas vezes os professores, sem querer criar uma situação constrangedora, falam algo que fere e marca emocionalmente o aluno, não é fácil, mas temos que tomar cuidado com plavras de desistímulo e não rotular ninguém. As palavras, sejam em casa ou na escola são fontes importantes para um entendimento e compreensão ou então o inverso, para gerar um conflito, muitas vezes com consequências desastrosas emocionalmente.