1.5.09

1º DE MAIO DE 1886.... ACABOU????

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris.
A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.
Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.
O incrível é que após todos os confrontos que ocorreram há 123 anos, ainda não estamos livres das precárias condições e humilhações que alguns trabalhadores passam.
Sim...houveram muitas mudanças após 1886, não podemos negar, a luta e as mortes não foram em vão, mas ainda estamos longe de poder apresentar um perfil digno e respeitável profissionalmente.
Ainda vemos pessoas sendo escravizadas em pleno 2009 e crianças trabalhando em lugares considerados subhumanos ao invés de estarem na escola, para assim poder exercer seu papel de verdadeiro cidadão.


“A história do 1º de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mas também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.”
( Perseu Abramo )

Crescer e se Desenvolver

Tenho uma grande preocupação com as crianças de hoje, vejo que estão se tornaram indivíduos muito imediatistas, eles mesmos e os familiares colaboram para que isso aconteça, queimam suas etapas de desenvolvimento, querendo crescer rápido e com isso não são estimuladas o suficiente para encontrar suas próprias hipóteses frente a determinados conflitos, e alguns não conseguem resolvê-los através de um raciocínio lógico, onde sua capacidade mental deve encontrar uma solução sadia, para que haja uma aprendizagem.
A adolescência já é por si só, uma fase de muitas hipóteses, principalmente de conflitos internos e de identidade, mas penso que a criança que sempre foi incentivada a buscar diferentes soluções em diferentes momentos, sem pressão desnecessária do meio, vai ter um crescimento mental mais qualitativo do que quantitativo, ou seja, esta criança estará desenvolvendo seus estádios de desenvolvimento de maneira gradual e contínua.

Alçando voo

Por trabalhar com 4ª série, e meus alunos estarem entre as idades de 10 e 13 anos, e completando com a leitura do texto: “Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento de Tania B. I. Marques”, onde diz que a idade não está diretamente ligada a determinado estádio, percebo isto claramente em meus alunos.
O desenvolvimento emocional e o cognitivo não podem simplesmente avançar porque chegaram a tal idade, tudo vai depender de alguns fatores.
Bom, é claro que além de cada pessoa ser diferente, os estímulos externos que ela receberá, levará a ter mais condições de evoluir ou não em seu processo mental.
Tenho alunos que chegaram nesta série e ainda fazendo cálculos diversos nos dedos, ou seja, ainda não conseguem realizar raciocínios abstratos, recorrendo ao contato com a realidade, no caso, o objeto dedo. Eles pela lógica dos estádios estariam ainda nas operações concretas, mas há outras áreas de seu conhecimento que já avançaram.
Entre pessoas que conheço, encontro adultos que apresentam dificuldade quando ouvem alguém ler um texto por exemplo, pois logo em seguida esquecem o que escutaram, precisando recorrer a uma cópia por escrito para se situar. Este é mais um exemplo de que idade X estádios de desenvolvimento não andam paralelos, e sim se complementam, e não é por não ter sido trabalhado bem determinada área que este problema aparece, creio que depende também de como a pessoa processa internamente esta etapa.
O desenvolvimento humano é associado com a evolução do desenvolvimento do casulo, quando está pronto naturalmente, a borboleta sai linda para seu voo mais espetacular...a VIDA.

Políticas Especiais

Nosso país é um local de muitas desavenças. A começar pela política que o governa, nem as pessoa que estão lá para conciliar as diferenças sociais conseguem se entender.
A questão da inclusão escolar é um assunto tão divergente, tanto nas questões sociais, políticas ou mesmo no próprio meio educacional.
Sabe-se que este é um assunto discutido somente há poucos anos, antigamente as famílias que tinham integrantes que apresentasse qualquer tipo de sintomas que não eram considerados nos parâmetros ditos como normais, eram excluídos e afastados para bem longe das relações de sua convivência. Eram depositadas em locais isolados, instituições geralmente religiosas ou filantrópicas. Ali não tinham nenhum tipo de incentivo para uma evolução, nem psicológica e muito menos para que se tornassem seres humanos ativos, ficavam a deriva da vida.
Até que surgiram as escolas especiais e a comunidade entendeu ?!?!?!? que estas pessoas poderiam sim se tornar seres humanos produtivos, mesmo com suas limitações particulares, pois cada um pode ser estimulado a desenvolver suas habilidades específicas.
Minha opinião é que o Brasil ainda está muito lento nestas questões de inclusão, falta de recursos para adequar os ambientes para receber pessoas especiais e principalmente a falta de formação de profissionais capacitados, não importando a área atuante, no nosso caso específico, profissionais na área da educação, para que estas pessoas possam se inserir na sociedade da qual também fazem parte. A LDB nº 9.394/1996, Cap. V, art.58, é bem clara na questão da inclusão: "Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais."
Onde então entra os direitos? Não é como se prega, mas o como se faz e o como é, há um abismo entre eles, infelizmente.
A capacitação e preparação de profissionais para atender as pessoas com necessidades especiais, não deve só ficar na teoria pedagógica ou em algum curso rápido, é necessário capacitar o professor e aceitar sua (in)disponibilidade para o trato com a diversidade.
Hoje em dia vivemos uma desvalorização e descaso com o magistério em diversos quesitos, isso não é novidade para ninguém. Este descaso gera um problema social deixando o educador em situação de desinteresse com relação ao avanço nesta área de especialização.
É triste dizer isso, mas com a falta de interesse governamental em ampliar as condições ambientais, com mudanças nas propostas pedagógicas aliadas com a falta de valorização com o profissional educacional, cada vez teremos mais dificuldade em contemplar todos os alunos que necessitam de atendimento especial.
Muitas vezes me sinto remando contra a maré com questões educacionais.
Trocamos idéias sobre o assunto, nos interamos nas leis que são muito bem escritas, e????????
O que fazer????
De mãos amarradas fica difícil arregaçá-las.
Enquanto alguns alunos recebem estímulos e incentivo familiar para não serem excluídos, outros tantos nem sabem como proceder para usufruírem do meio em que vivem.
Nos dias de hoje temos ao nosso alcance um recurso que é utilizado para contribuir de maneira versátil com o desenvolvimento da capacidade de aprendizado de qualquer tipo de pessoa, principalmente as de necessidades especiais, A TECNOLOGIA.
Mas batemos novamente na falta de recursos, são poucas as instituições escolares que provêm deste complemento, é uma pena que ainda barramos em recursos que deveriam ser oriundos dos órgãos que defendem com veemência a inclusão.