
Quando saí da nossa última aula presencial,(12/11)fiquei ansiosa para aplicar com meus alunos a atividade dos Passos de Lucas Ciavatta. Bem, nosso grupo apresentou certa dificuldade em coordenar passos com o ritmo, fiquei pensando como seria esta dinâmica com os pequenos. Apliquei com minhas 3ª séries(9/11anos)A prática foi baseada no livro recomendado, Histórias da MPB, Texto de Simone Cit.A atividade iniciou quando eu coloquei a “Vinheta Instrumentos do Samba” do CD que acompanha o livro. No início os alunos ficaram um pouco tímidos, lembrei de nós na aula, sem saber muito que fazer com as mãos e pés. Para descontrair, deixei eles se movimentarem livremente, sentir a batida e a introdução dos instrumentos, repeti a faixa por 3 vezes. Mexeram-se bastante, riram dos movimentos carnavalescos, alguns até arriscaram passos de samba. Posso dizer que minhas turmas são bem receptivas às atividades que apresento, talvez por eu entrar no embalo com eles e me divertir também, eu procuro estimular muito o movimento corporal e faço muitos gestos junto.Agora sem som, comecei fazendo um passo binário para melhor assimilação do tempo e este foi fácil: 1 2 com o pé e depois coloquei as palmas. Passei então para o tempo quaternário: 1 2 3 4,aí começaram alguns problemas como seguir o compasso. Erraram muito. Não desistimos, tentamos por diversas vezes e quando a maioria estava no ritmo introduzi as palmas a cada batida de pé. Tive uma surpresa, percebi que o som das palmas fluiu melhor a assimilação do tempo. Agora a musicalidade está fazendo mais sentido, pois há outros recursos acompanhando e fazendo o ritmo. Neste momento os alunos tem o cuidado de acertarem o passo com as palma.Alguns aceleram muito.Perguntei se alguém sabia por que estávamos realizando aqueles movimentos. Realmente não podemos subestimar nossos pequenos, tive como resposta que era prá marcar o ritmo de música, a batida, legal, meu trabalho está no caminho certo. Agora com a música “Boas Festas” . Como ela começa com toques de sinos eles logo falaram: - É música de igreja. Mas quando iniciou a batida de carnaval foi o maior tititi, aí mesmo que não entenderam nada e diziam não conhecer a música, mas foi só entrar a frase “...Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...” para todos cantaram juntos,afinal estamos em ritmo de Natal. Sentei no chão em roda com todos e comecei a contar a história de Assis Valente, mostrando as gravuras do livro, todos acharam muito triste sua vida e surgiu comentários do tipo: - A música fala bem como foi a vida dele. Coitado, foi abandonado pequeno, com a nossa idade. Ele era valente no nome e na vida também. Tudo que passou e ainda fez uma música bem tri, que todos conhecem.
Os alunos então fizeram novamente o tempo quaternário, mas agora com esta música junto. Claro que mais uma vez teve muito descompasso, desorientação e muitos risos com os erros, mas aos poucos foram sentindo a pulsação da música, o tempo da batida e aos poucos tentavam entrar no ritmo, não foi fácil, alguns ainda não conseguiam, mas tentavam. Eu via muitas perninhas duras e pés muito afastados como se quisessem alcançar mais longe. Aos poucos os movimentos foram ficando mais leves e o corpo se mexia melhor e mais solto. A maioria gostou e queriam continuar com os passos em toda a música que ouviam. Como música é bom prá relaxar e descontrair. Esta atividade teve uma importância muito significativa para mim, apesar de trabalhar muito com música em sala de aula, em algumas tenho dificuldade em sentir o tempo dela e muitas vezes não consigo sincronizar meu tom com o tom da música. Adoro cantar e dançar, claro que agora percebo que algumas vezes canto fora do tom de algumas músicas, meu filho que toca fala isso prá mim.
Um comentário:
Oi, Kathia!!!
Muito interessante a aula de ludicidade que relatastes! Fiquei tão empolgada com teu relato que procurei pelo assunto e encontrei o site referente ao trabalho do Lucas Ciavatta:
http://www.opasso.com.br.
Valeu!
Beijos,
Eliana
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