O prof. Paulo Freire diz que:
mas criar as possibilidades para a produção do saber.
FORMAR é muito mais do que simplesmente EDUCAR.
Na nossa tradição cultural, ainda temos a concepção de que ensinar é puramente transmitir o conhecimento.
“Estudei, li, aprendi, me formei, então o que sei...transmito, não importando como a informação é processada”.
“Estudei, li, aprendi, me formei, então o que sei...transmito, não importando como a informação é processada”.
Sou, professora, e sempre procuro levar novidades aos alunos, assuntos que nem sempre fazem parte de seus conteúdos, mas sim de suas rotinas, vivência e atualidade.
Há muito tempo que reflito sobre o uso de alguns acessos a internet, por exemplo o Orkut, e vi que estava agindo exatamente ao contrário do que eu costumo ser. O Laboratório da escola deveria ser um lugar de trocas de informações tecnológicas, então porque não incluir a acessibilidade de algo tão próximo, atual e personalizado por eles? Podemos sim utilizar o Orkut a nosso favor. Certa vez combinei com os alunos que iríamos nos comunicar naquele dia pelo Orkut, foi uma festa, uma expectativa grande. Muitos alunos não têm este acesso, então combinamos duplas com colegas que estão nesta rede social. Aproveitei e conversei sobre a utilização correta do Orkut, que a decisão sobre com quem interagir cabe inteiramente a cada usuário. Com isto eles aprendem a manusear algumas ferramentas tecnológicas de maneira correta, pois os recursos que usamos em aula são feitos somente no espaço escolar.
Ao chegarmos à sala, enviei para suas máquinas a página do website, com o meu espaço também aberto, trocamos endereços e enviamos scraps, onde o combinado era que teriam que escrever corretamente, ou seja, sem abreviaturas ou códigos. E não é que deu certo?
Qual a conclusão desta aula? Os conhecimentos dos alunos têm que ser respeitados, é a realidade caminhando juntamente com o aprendizado. A curiosidade e a troca de informações fizeram com que os alunos tivessem maior interesse pela aula. Combinamos que sempre que possível deixaremos scraps para nossos amigos nesta rede social, e que de vez em quando, utilizaremos este recurso na aula.
Relatei esta experiência porque em minha opinião ao desenvolver uma consciência crítica da realidade nos alunos e uma capacidade de gerar idéias novas, teremos realmente uma mudança, abre-se uma porta para uma educação humanista e não dominadora, ou seja, uma pedagogia realmente autônoma.
Paulo Freire confia na vontade das pessoas se tornarem melhores, há uma grande preocupação com a caracterização do meio escolar, um meio de convívio social, onde temos vários tipos de pessoas, em que o professor é uma destas e que deve ter consciência disso, portanto julgar as próprias ações, e porque não inovar com criatividade?
As atitudes que um professor toma dentro de sala de aula e fora dela influenciam o que ele passa para seus alunos, englobando desde recomendações sobre a tomada de consciência de que os alunos têm uma cultura e uma curiosidade que precedem a imposição da escola. Ele tem grande responsabilidade ao ensinar, devendo ter uma ética.
Quando tenho que ensinar os conteúdos obrigatórios, procuro não deixar meus alunos unicamente como agentes passivos do processo. Infelizmente muitas vezes não é assim que acontece, pois ainda tenho resquícios de uma educação tradicional, mas tento sempre fazer diferente.
“Não há docência sem discência”, como diz Freire, neste processo há uma troca de aprenderes, nenhum dos lados é superior ou melhor que o outro, o que ocorre é “quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. O ensino não é um processo exclusivo do professor, assim como a aprendizagem não é exclusiva dos alunos.
“Não há docência sem discência”, como diz Freire, neste processo há uma troca de aprenderes, nenhum dos lados é superior ou melhor que o outro, o que ocorre é “quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. O ensino não é um processo exclusivo do professor, assim como a aprendizagem não é exclusiva dos alunos.
O professor é também um curioso, um pesquisador, e deve orientar seus alunos a também serem assim. Com esta atitude me sinto uma professora mais próxima do meu aluno, fazendo com que ele se torne um ser que faz a história, e é capaz de intervir e conhecer o seu mundo.
Infelizmente não são atitudes muito fáceis de encontrar. Concordo com Freire quando ele diz que ensinar requer aceitar riscos do desafio do novo, é rejeitar quaisquer formas de discriminação que separa as pessoas em raças, classes, credo....
Este é um processo que interfere na realidade e tem o poder de modificá-la, ensinar exige ter respeito à autonomia do educando como ser. O professor deve respeitar a curiosidade, as diferenças de gosto, a intranqüilidade, as diferentes maneiras de se expressar, a linguagem diferenciada e até a maneira de se portar do aluno.
O professor deve estar pronto a ouvir, dialogar e fazer de suas aulas momentos de liberdade e respeito mútuo, pois ele tem a sua volta seres em desenvolvimento e ele faz parte desta evolução.
Um comentário:
Pois é Kathia, são inúmeros fatores que podem distanciar o professor do aluno. Abrir-se para novos conhecimentos e inovações pode minimizar essa distância, e estás nesse caminho. Tens consciência de que isso não é fácil, e falas isso de forma crítica, pois ainda estamos 'até a raiz dos cabelos' atravessados por uma edução tradicional. Mas vale tentar, aprender e criar. Também conscientizar o aluno sobre o uso das novidades da internet é fundamental, pois é algo do que não se pode fugir, é parte do contexto de todos nós. Belo trabalho. Bjs, Maura – tutora do SI
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