A VIDA
A vida é pequena
Tão grande e serena.
A vida tem alegria
Tanta, que até me fascina.
(Esta aluna é toda romântica, ao escrever
a palavra fascina, os que não sabiam seu
significado, foram ao dicionário.)
MINHAS FÉRIAS E MEU TRABALHO
Olha eu voando de avião
Mas não esquece que não sou malucão
Vai devagar
Porque eu trabalho na Stock Car.
( Este aluno é fascinado por aviões e carros)
BRINCANDO DE RIMA
Eu vi um siri
Que estava fazendo xixi.
Eu vi uma minhoca
Fazendo pipoca.
BRINCADEIRA DE RIMA
Não coma pastel
Que não tem mel
Não olha pro chão
Que eu não sou formigão.
( Estes dois alunos são muito brincalhões,
fazem muitas piadas, sem maldades)
Cada um criou sua poesia conforme seus gostos.
A partir do texto de Fanny Abramovich, Gostosuras e bobices
Gato da China ( José Paulo Paes )
Era uma vez
um gato chinês
que morava em Xangai
sem mãe e sem pai,

que sorria amarelo
para o Rio Amarelo
com seus olhos puxados,
um pra cada lado.
Era um gato mais preto
que tinta nanquim,
de bigodes compridos
feito mandarim,
que quando espirrava
só fazia “chin!”
Era um gato esquisito:
comia com palitos
e quando tinha fome
miava “ming-au!”
mas lambia o mingau
com sua língua de pau.
Não era um bicho mau
esse gato chinês,
era até legal.
Quer que eu conte outra vez?
José Paulo Paes brinca com as palavras nesta poesia. Coloca um animal com características humanas e hábitos do local, incluindo humor e absurdo. É a oportunidade de enriquecimento do vocabulário, principalmente com alguns termos de outras culturas, palavras como Xangai, mandarim, nanquim, e comparações de gestos: um exemplo é o espirro, sem o A, somente o termo chin, bem chinês. Eu particularmente gosto muito deste escritor, o jogo de palavras e idéias que ele coloca são bem humoradas e fazem à imaginação fluir.
ARARA DA IARA ( Ciça – O livro do trava-língua)
Iara amarra
a arara rara
a rara arara
de Araraquara.
H (Elias José-Quem lê com pressa, tropeça)
O que há,
o que há
com o agá
que a gente sabe
e vê que há,
mas na hora de falar
nem parece que há?
Estas duas poesias retratam claramente a proposta dos autores, um trava-língua, ou seja, uma combinação de palavras que lidas em um ritmo rápido, enrolam a língua, ou como diz Elias José, tropeça nas palavras. A criança descobrir palavras novas dentro de outras.
Um comentário:
Kathia, querida!
Que bom que vens dando visibilidade, no teu blog, a trabalhos como esse, que já desenvolvias intensamente com teus alunos antes mesmo do Pead, mas que, agora, com o Curso e com a interdisciplina de literatura infanto-juvenil, pode ser compartilhado conosco... Que o diálogo com a interdisciplina enriqueça ainda mais tua caminhada! Sempre que possível, relate em quê medida a interdisciplina (essa e também as demais) vem contribuindo e redimensionando teu "olhar" e teu fazer na escola!
Beijo grande,
Eliana
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